Reflexões sobre imaturidade na contemporaneidade: um olhar pedagógico e psicológico

Na sociedade contemporânea, um fenômeno emergente tem chamado a atenção: a imaturidade persistente em indivíduos já inseridos na idade adulta. Este ensaio busca explorar, com uma abordagem acadêmica e pedagógica, a complexidade desse fenômeno, analisando o comportamento infantilizado e os desafios associados ao processo de amadurecimento.

A imaturidade adulta, fenômeno emergente, caracteriza-se pela manifestação de comportamentos típicos da infância em indivíduos que, cronologicamente, atingiram a idade adulta. Segundo Sales (2022), observamos, na contemporaneidade, uma crescente dificuldade desses adultos em assumir responsabilidades e adotar comportamentos condizentes com a vida adulta. O comportamento infantilizado, marcado pela aversão a responsabilidades, busca por gratificação imediata e dificuldades em lidar com frustrações, reflete uma estagnação no amadurecimento psicológico e emocional.

O comportamento infantilizado, como uma das principais manifestações da imaturidade, apresenta desafios substanciais. Adultos que adotam esse padrão resistem à auto supervisão, persistem em atitudes mimadas e demonstram dependência excessiva de figuras de autoridade. Para educadores, compreender essas manifestações é essencial, pois reflete na busca por entretenimento superficial, muitas vezes sem consideração pelo desenvolvimento pessoal e profissional.

O processo de amadurecimento, intrinsecamente ligado à aquisição de autonomia e autorresponsabilidade, enfrenta desafios significativos na presença da imaturidade. A liberdade, enquanto capacidade de agir de acordo com valores e objetivos pessoais, torna-se uma jornada complexa para aqueles que lutam contra a imaturidade. Sales (2022) defende que a dificuldade em assumir o controle sobre suas vidas pode resultar em estagnação pessoal e insatisfação.

A imaturidade revela-se em características como a busca por prazeres imediatos, resistência a compromissos duradouros e falta de planejamento para o futuro. Estas manifestações, de acordo com Sales (2022), originam-se em fatores sociais, culturais, educacionais e familiares, variando em intensidade e manifestação de pessoa para pessoa. Uma abordagem pedagógica eficaz requer uma compreensão aprofundada desses elementos.

Ao considerarmos a imaturidade como uma extensão problemática da adolescência, torna-se imperativo estabelecer conexões entre essas fases da vida. A compreensão dessa relação é essencial para a formulação de estratégias pedagógicas adequadas, visando apoiar o desenvolvimento saudável dos jovens na transição para a vida adulta. As reflexões sobre a imaturidade na contemporaneidade oferecem um panorama das complexidades e desafios enfrentados por aqueles que manifestam comportamentos infantilizados. 

Esse entendimento é fundamental para educadores e profissionais da área pedagógica, proporcionando a base para o desenvolvimento de estratégias eficazes. Ao reconhecer os padrões da imaturidade e sua relação importante com a adolescência, é possível oferecer apoio adequado e incentivar o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e cognitivas necessárias para uma vida adulta satisfatória e responsável.

REFERÊNCIA
SALES, P. A. Navegando no processo da maturidade emocional. Nova Perspectiva Sistêmica, [S. l.], v. 30, n. 71, p. 111–114, 2022. Disponível em: https://revistanps.com.br/nps/article/view/677. Acesso em: 1 dez. 2023.


por Felix Elias Cardoso Quintus – Acadêmico de Pedagogia UPF

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